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29 maio 2011

Visitar o Mosteiro de São Salvador - Grijó

O Mosteiro de São Salvador, localizado na Freguesia do Grijó, foi fundado no ano de 922 e foi ampliado nos finais do século XI. Ao longo do tempo, este velho mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho sofreu alterações substanciais no seu perfil arquitetónico.
A sua fachada é modesta, constituída por uma galilé com três arcos de volta perfeita assentes em pilastras, encimados por nichos contendo as esculturas pétreas de S. Pedro e de S. Paulo, sendo a fachada rematada por frontão. Na base da frontaria desenvolve-se um varandim de feição maneirista, enquanto no lado esquerdo se ergue, separado do corpo da fachada, uma desproporcionada torre sineira.
O interior apresenta planta em cruz latina e o corpo de uma só nave, coberto por abóbada reforçada por arcos torais. Antecede a nave um vestíbulo decorado por azulejos enxaquetados, provenientes da sala do capítulo de fabrico quinhentista. A nave mostra seis capelas laterais, onde se inserem cenográficas composições retabulares barrocas em talha dourada.
O transepto, separado da nave por uma balaustrada em pau-preto, é coberto por abóbada de nervuras e possui dois equilibrados retábulos de talha maneirista. O arco do cruzeiro possui um nicho abrigando uma estátua de Cristo Salvador e o Pelicano, símbolo da abnegação.
A capela-mor foi concluída em 1626 e está coberta por abóbada cilíndrica com decorados caixotões. As paredes são revestidas por azulejos de tapete, com um padrão barroco seiscentista. Ao fundo impõe-se a imensa mole constituída pelo retábulo joanino em talha dourada, a que foi acrescentado em 1795 monumental tela de Pedro Alexandrino. Aparatoso cadeiral barroco setecentista com lambris em pau-preto é completado por várias pinturas hagiográficas, obra da autoria de D. Diogo - cónego deste cenóbio agostinho.
A sacristia é coberta por teto apainelado e mostra as suas paredes revestidas por ornamentais tapetes de azulejos seiscentistas.
Algo desproporcionadas são as galerias do claustro do século XVI, devido à maior altura da parte superior. Os dois pisos são ritmados pela elegância de uma colunata jónica, enquanto o espaço central do claustro é marcado por um chafariz maneirista. A parte exterior das galerias superiores é revestida por painéis de azulejos do século XVII contendo figuras hagiográficas, o que permite quebrar a austera sobriedade das linhas maneiristas do claustro.
A galeria norte do claustro possui um pequeno arcossólio abrigando o magnífico túmulo de D. Rodrigo Sanches, filho de D. Sancho I e de Maria Pais Ribeira - infante que morreu em combate no ano de 1245, nas proximidades deste cenóbio. Deficientemente conservada, a sua arca tumular é uma bela obra da escultura românica, realizada em calcário branco de Ançã nos meados do século XIII.

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