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27 novembro 2010

Visitar o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina - Vila do Bispo

O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina abrange o litoral sudoeste de Portugal Continental, no sul do litoral alentejano e no barlavento algarvio em redor do Cabo de São Vicente. Inclui territórios de freguesias do Concelho de Vila do Bispo (Budens, Raposeira, Sagres e Vila do Bispo).
Na área do parque encontram-se diversos tipos de paisagens e habitats naturais e semi-naturais, tais como arribas e falésias abruptas e recortadas, praias, várias ilhotas e recifes de que se destaca o promontório de Sagres e Cabo de São Vicente, no Concelho de Vila do Bispo.
O clima é mediterrânico, mas com forte influência marítima. As temperaturas mantêm-se amenas todo o ano excepto em periodos de ventos de levante, quando estas podem subir ou descer vertiginosamente.
O regime de ventos é um importante factor no clima da região. Os ventos dominantes são do quadrante norte. Por vezes ocorrem ventos de sudoeste, principalmente no inverno, enquanto os de levante ocorrem com baixa incidencia o ano todo. Nas tardes de verão são comuns brisas maritimas intensas e carregadas de humidade.
A temperatura média anual é de 17/18ºC em Vila do Bispo, sendo 20 a 23ºC no Verão e 11 a 13º no Inverno os picos variam entre os -4ºc e os 40ºC
A zona do promontório de Sagres tem a menor amplitude térmica de Portugal Continental.
A flora do Parque Natural do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina possui uma mistura de vegetação mediterrânica, norte-atlâncica e africana. Existem cerca de 750 espécies, das quais 100 são endémicas e 12 não existem em mais nenhum local do mundo.
Entre os endemismos há, por exemplo, plantas como: Biscutella vicentina, Scilla vicentina, Centaurea vicentina, Di
plotaxis vicentina,Hyacinthoides vicentina, Cistus palhinhae, Plantago almogravensis. Outras espécies são consideradas raras, como o samouco (Myrica faya), a sorveira (Sorbus domestica) ou a Silene rotlunaleri.
As espécies arbóreas na área do parque dividem-se em componentes classificadas como naturais e artificiais. As primeiras são dominadas por quercíneas, como o sobreiro (Quercus suber) e o carvalho cerquinho (Quercus faginea), em especial nos barrancos. O medronheiro(Arbutus unedo L.) também é característico desta zona.
As espécies arbóreas classificadas como artificiais são principalmente os pinheiros-bravos (Pinus pinaster), os eucaliptos (Eucaliptus globulus) e as acaçias.

O parque é uma área de passagem para aves planadoras e para os passeriformes migradores transarianos, nas suas deslocações entre as zonas de invernada em África e de nidificação na Europa. É a última área de cria da águia-pesqueira na Península Ibérica.
Entre as aves encontram-se, entre outras, as seguintes: águia-pesqueira (Pandion Haliaetus),cor
vo-marinho (Phalocrocorax spp.), pombo-da-rocha, cegonha-branca (Ciconia ciconia), garça(Egretta garzetta), falcão-peregrino (Falco peregrinus), peneireiro-das-torres (Falco naumanni),gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), melro-da-rocha ou melro-azul (Monticola solitarius), peneireiro (Falco tinnunculus), guarda-rios, galinha-de-água (Gallinula chloropus), corvo(Corvus corax), pombo-da-rocha (Columba livia), torcaz (Columba palumbus L.), gaivota (Laridae), gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax), açor (Accipiter gentilis), gavião (Accipiter nisus), mocho (Strigidae), coruja, rouxinol, pintassilgo (Carduelis carduelis), tartaranhão-caçador(Circus pygargus), tartaranhão-azulado (Circus cyaneus), alcaravão (Burhinus oedicnemus), sisão(Tetrax tetrax), abibe (Vanellus vanellus), narceja (Gallinago gallinago), bufo-real (Bubo bubo),águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus), águia-cobreira (Circaetus gallicus), ogea (Falco subbuteo),bufo-pequeno (Asio otus), rola (Streptopelia turtur).
Os mamíferos presentes na área do parque incluem, entre outros: lontra (Lutra lutra), fuinha(Martes foina), texugo (Meles meles), raposa (Vulpes vulpes), gato-bravo (Felis silvestris),sacarrabos (Herpestes ichneumon), javali (Sus scrofa), ouriço-cacheiro (Erinaceus europaeus),lince-ibérico (Lynx pardinus), geneta (Genetta genetta).
As fuinhas, as raposas (também chamadas zorras), os texugos e os sacarrabos (ou escalavardos) são encontrados nas zonas dunares e falésias. Os texugos escavam as tocas nas falésias. Esta zona é a única em Portugal, e das últimas na Europa, onde se encontram lontras em habitat marinho.
As grutas, como a do Monte Clérigo e a gruta Amarela, são refúgios para importantes comunidades de morcegos (Chiroptera).

Várias espécies de anfíbios reproduzem-se nas lagoas temporárias. Entre outros encontram-se o sapo (Bufo bufo), o sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes) e o sapinho-de-verrugas-verdes(Pelodytes punctatus).
Nessas zonas húmidas também se encontram crustáceos como o Triops cancriformis mauritanicus e outros endemismos ibéricos.

Entre os répteis encontram-se, por exemplo, a cobra-rateira (Malpolon monspessulanus) e a cobra-lisa-bordalesa (Coronella girondica).

Nos cursos de água, paúis e sapais encontram-se peixes dulciaquícolas que são endemismos portugueses como o barbo-do-sul (Barbus sclateri) e a boga portuguesa (Chondrostoma lusitanicum) e também um endemismo local, o escalo-do-Mira (Leuciscus sp.).


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