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14 dezembro 2010

Visitar Olhão

O concelho de Olhão situa-se no Sotavento e Algarve Central, tem uma área total aproximada de 130 km2. Confronta-se a nascente e a norte com o concelho de Tavira, a poente com o concelho de Faro e a sul com o Oceano Atlântico. Toda a zona litoral do concelho de Olhão integra-se no Parque Natural da Ria Formosa, uma das zonas húmidas mais importantes a nível europeu.
O concelho de Olhão é constituído por 5 freguesias: Olhão, Fuseta, Moncarapacho, Pechão e Quelfes. Todas se estendem até ao litoral.
De acordo com o Censos de 2001, o
concelho de Olhão tinha 40.808 habitantes.

A pesca e a indústria conserveira continuam a ser elementos fulcrais para a economia do município embora a construção civil, o comércio por grosso e a retalho e as actividades imobiliárias constituam actividades em plena expansão.
Diz-se que Olhão, terá derivado da palavra árabe, «AL-HAIN», que significa fonte nascente, e que sofrendo as modificações fonéticas e fonológicas, naturalmente terão levado ao aparecimento do termo «ALHAM», depois «OLHAM» e finalmente OLHÃO. Na versão popular e segundo velhos testemunhos, Olhão é o aumentativo do substantivo comum "olho", com origem num grande "Olho de Água" (fonte, nascente ou poço de grande caudal), já que na zona existiam abundantes olhos de água, o que originou a construção das primeiras "palhotas", feitas em cana e colmo.

Breve Resumo Histórico

Achados arqueológicos comprovam a presença humana na área do Concelho de Olhão desde o Neolítico.
A ocupação romana deixou vestígios em Marim, junto à Ria, onde existia uma importante estação no século IV, sendo a sua vasta necrópole também utilizada durante o domínio visigótico (secs. V a VIII). Em Marim os romanos construíram salinas e implementaram a indústria de pesca e salga de peixe, cujos produtos eram depois exportados para todo o Império (antigos tanques de salga de peixe estão actualmente expostos no Parque Natural da Ria Formosa).
No reinado de D. Diniz, em 1282, iniciou-se a construção da Torre de Marim, cujos restos ainda existem na actual Quinta de Marim, para vigiar a Barra Velha (na época a única entrada do mar para a Ria Formosa na região entre a Fuseta eFaro) e proteger os habitantes dos ataques dos piratas mouros. Esta Quinta foi desde logo uma rica empresa agrícola, atendendo à fartura de água da sua nascente.
A população foi crescendo e, em 1679, a sua importância justificava a construção da fortaleza de São Lourenço para defesa contra os ataques dos piratas. O primeiro edifício de pedra foi a Igreja da Nossa Senhora da Soledade, construída em data incerta, e o segundo edifício de pedra foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, começada em 1698.
Só em 1715, porém, é autorizada a primeira habitação em alvenaria. Curiosamente, o Marquês de Pombal, em inquérito efectuado no então Reino do Algarve perguntava pela identificação dos notáveis de cada localidade. Olhão não tinha quaisquer notáveis! Era uma pequena localidade sem aristocracia, apenas constituída por homens do mar, a quem recusavam autonomia administrativa e durante muitos anos, recusavam a construção de uma simples casa de alvenaria!
No entanto, Olhão foi-se construindo de uma forma igualitária, livre, e frequentemente à revelia e em rebelião com o Poder político instituído, representado sobretudo pelas duas importantes cidades vizinhas - Faro e Tavira.
Em 1765, D. José concede finalmente aos mareantes do Lugar de Olhão (então com 850 fogos) a autorização de se separarem da Confraria do Corpo Santo de Faro, constituindo eles mesmos uma confraria sua, que suportariam às suas custas - o Compromisso Marítimo.
Foi durante o cerco de Gibraltar, de 1779 a 1783, e mais tarde o de Cadiz, que os marítimos deste Lugar de Olhão tiveram oportunidade de progredir economicamente, comercializando com grandes lucros os produtos da terra - peixes e derivados - quer com sitiantes quer com sitiados.
Mas foram as invasões francesas que deram a oportunidade a Olhão de se afirmar politicamente. Provavelmente devido ao seu espírito igualitário, sem compromissos com quaisquer poderes instituídos, os olhanenses protagonizaram no século XIX a primeira sublevação bem sucedida contra a ocupação francesa (em 16 de Junho de 1808, actualmente o dia da Cidade), que se tornou um rastilho decisivo para a expulsão dos franceses do Algarve.
Este momento histórico foi determinante para a emancipação de Olhão, porque o rei D. João VI(1767-1826), então refugiado no Brasil, recebeu a boa nova da expulsão dos franceses através de um punhado de olhanenses que se meteram ao mar a bordo do caíque "Bom Sucesso", numa viagem heróica, apenas orientados pelas estrelas, as correntes marítimas e um mapa rudimentar! O rei, reconhecido pela iniciativa da sublevação e pelo heroísmo da viagem marítima, elevou através de alvará o pequeno e desconhecido Lugar de Olhão a vila, em 1808, com o epíteto de Vila de Olhão da Restauração.
De 1826 a 1834 os olhanenses lutam encarniçadamente por D. Pedro contra D. Miguel, transformando-se a vila num dos mais fortes baluartes do Liberalismo no sul do País, resistindo a apertados cercos e violentos ataques dos Miguelistas.
Em 1842 é criada na vila uma alfândega que, em cerca de 20 anos, se torna o mais importante posto aduaneiro do Algarve devido à pesca e outros produtos algarvios. Por esta razão em 1864 é criada uma Capitania do Porto e, em 1875, o Tribunal Judicial de Olhão.
Na primeira metade do século XX, a instalação da indústria de conservas de peixe, fez de Olhão uma vila rica e extremamente produtiva. A primeira fábrica de conservas surgiu em 1881, fundada pela empresa francesa Delory, e em 1919 já existiam cerca de 80 fábricas. Talvez expressão desse desenvolvimento foi o facto de o Sporting Clube Olhanense ter-se consagrado Campeão Nacional de Futebol em 1924.
Infelizmente, na última metade do século XX, a decadência da indústria conserveira e da própria pesca empobreceu a vila que, no entanto, foi elevada a cidade em 1985.


Gastronomia

A Gastronomia da região é inspirada no melhor peixe e marisco. Olhão possui um dos principais portos de pesca do Algarve e uma actividade industrial de conservas de atum e sardinha.
As lagoas, canais, ilhéus e sapais do Concelho são abundantemente habitadas por bivalves, como a amêijoa, o berbigão e a ostra, que influenciaram os hábitos alimentares da população.
Actualmente, as zonas rurais produzem frutas frescas e vegetais de elevada qualidade, que poderá encontrar no mercado, para além de peixe e marisco fresco, amêndoas e mel.
Pratos Típicos
Amêijoas na Cataplana
Caldeirada
Carapaus Alimados
Pescada ou abrótea arrepiada
Xarém do caldo da caldeirada


O que Visitar:

No Concelho

Na Freguesia da Fuseta

Na Freguesia de Moncarrapacho

Na Freguesia de Olhão
Na Freguesia do Pechão
Na Freguesia de Quelfes


Onde Ficar:

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